sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Será?



Certa vez me disseram algo que me surpreendeu demais. Na hora, eu me revoltei e disse o contrário, querendo que aquilo fosse uma besteira das maiores e que nunca mais fosse pronunciado. Não percebi a complexidade da frase e nem tampouco a veracidade dela, Foi há algum tempo e os meus sonhos brilhosos com príncipes em cavalos imponentes ainda eram frequentes e eles foram violados cruelmente. A tal frase que me foi dita: “Amor não enche barriga”. Assusta, faz os olhos arregalarem de medo e faz querer tampar os ouvidos e cantarolar uma música num ato infantil, mas é verdade. Depois dos olhares de ódio e de toda a revolta passada, eu me dei conta de que não são palavras jogadas ao léo.
Quero dizer, amor é lindo, é mágico e faz bem para todas as células do corpo, exercita o cérebro e libera endorfinas e toda aqueles termos científicos que dizem por aí e que eu não faço idéia do que sejam, embora saiba que faz bem. Mas não se vive só de amor, amor é bom, mas não é tudo. Não alimenta, não é oxigênio, não é a vida propriamente dita. Se eu fugir com o amor da minha vida nesse exato momento, em busca da minha felicidade e visando viver uma história intensa e duradoura. Apesar de lindo, romântico e digno de filme, é… impossível. Eu vou viver do que? Capim e brisa? Não dá. Amor é bom, mas por ser sentimento, carrega diversos outros sentidos e razões. Carrega o nome pesado da responsabilidade, da obrigação e da consciência, além do respeito e do compromisso. Envolve diversas complicações e muitos obstáculos, além de que não paga as contas, não compra a casa. A lista é muito mais vasta e muito mais complexa. Amor não enche barriga, não tira a sede, infeliz e literalmente. Amor é sentimento. Tem força, tem beleza e é extremamente complicado e indefinível. Por ser sentimento, deve ser mantido em seu devido lugar, priorizando algumas coisas e sendo priorizado por outras.

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