domingo, 5 de abril de 2009

autobiografia chuvosa


Lembre-se de mim enquanto chove lá fora. Lembre-se de mim com as gotas sonoras no telhado, porque eu sou a chuva e quando você pensa em mim, você se confunde e não consegue pensar em mais nada.Lembre-se de mim como lembra da chuva: o conforto dos cobertores, uma tarde tranquila, um carinho, um alívio para a alma. Das gotas que refrescam nos dias de calor, nas risadas sem sentido, do desacelerar dos passos, uma vez que já se está todo molhado, dos medos escoando com a água.Lembre-se da minha risada, do meu sussurrar, dos nossos passos estalando com a água, mesmo que não estejamos juntos, Lembre-se de uma brincadeira sem sentido que eu fiz, ou de alguma frase que eu disse, que nem eu mesma lembro mais.Ouça o trovão ali perto e ouça também a minha voz como um fantasma, te dizendo que é besteira. Quando o som vier de longe, fraco e quase imperceptível, ouça-me dizendo que Te amo .Que a chuva me leve até você, como traz você para mim em certos momentos. Um pingo de calma, um de tortura e outros tantos de saudade (da tua voz, do jeito, da área daqui de casa...)Que os raios te despertem a vida, te incentivem a prosseguir, que rapidamente discordem com seu pensamento e que representem aquele lampejo no meu olhar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário